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Desencadeou-se a perseguição sobre os fiéis com maior fúria do que nunca, e o mundo se tornou um vasto campo de batalha. Durante séculos a assembleia do Messias encontrou refúgio no isolamento e obscuridade. Assim diz o profeta: “A mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Elohim (D-us), para que ali fosse alimentada durante mil e duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 12:6.)
O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média. Aumentando o seu poderio, mais se adensavam as trevas. Do Messias, o verdadeiro fundamento, transferiu-se a fé para o papa de Roma. Em vez de confiar no Filho de YAHWEH para o perdão dos pecados e para a salvação eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados a quem delegava autoridade. Ensinava-selhe ser o papa seu mediador terrestre, e que ninguém poderia aproximar-se de Deus senão por seu intermédio; e mais ainda, que ele ficava para eles em lugar de Deus e deveria, portanto, ser implicitamente obedecido. Esquivar-se de suas disposições era motivo suficiente para se infligir a mais severa punição ao corpo e alma dos delinqüentes. Assim, a mente do povo desviava-se de Deus para homens falíveis, que erram e são cruéis, e mais ainda, para o próprio príncipe das trevas que por meio deles exercia o seu poder. O pecado se disfarçava sob o manto de santidade. Quando as Escrituras são suprimidas e o homem vem a considerar-se supremo, só podemos esperar fraudes, engano e aviltante iniqüidade. Com a elevação das leis e tradições humanas, tornou-se manifesta a corrupção que sempre resulta de se pôr de lado a lei de YAHWEH.
Dias de perigo foram aqueles para a assembleia do Messias. Os fiéis porta-estandartes eram na verdade poucos. Posto que a verdade não fosse deixada sem testemunhas, parecia, por vezes, que o erro e a superstição prevaleceriam completamente, e a verdadeira religião seria banida da Terra. Perdeu-se de vista o evangelho, mas multiplicaram-se as formas de religião, e o povo foi sobrecarregado de severas exigências.
Ensinava-se-lhes não somente a considerar o papa como seu mediador, mas a confiar em suas próprias obras para expiação do pecado. Longas peregrinações, atos de penitência, adoração de relíquias, ereção de igrejas, relicários e altares, bem como pagamento de grandes somas à igreja, tudo isto e muitos atos semelhantes eram ordenados para aplacar a ira de Deus ou assegurar o Seu favor, como se Deus fosse idêntico aos homens, encolerizando-Se por ninharias, ou apaziguando-Se com donativos ou atos de penitência!
Apesar de que prevalecesse o vício, mesmo entre os chefes da Igreja de Roma, sua influência parecia aumentar constantemente. Mais ou menos ao findar o oitavo século, os romanistas começaram a sustentar que nas primeiras épocas da igreja os bispos de Roma tinham possuído o mesmo poder espiritual que assumiam agora. Para confirmar essa pretensão, era preciso empregar alguns meios com o fito de lhe dar aparência de autoridade; e isto foi prontamente sugerido pelo pai da mentira. Antigos escritos foram forjados pelos monges. Decretos de concílios de que antes nada se ouvira foram descobertos, estabelecendo a supremacia universal do papa desde os primeiros tempos. E a igreja que rejeitara a verdade, avidamente aceitou estes enganos (Ver Apêndice).
Apêndice: ESCRITOS FORJADOS. - Entre os documentos que no presente se admitem geralmente como falsificações, a Doação de Constantino e as Decretais Pseudo-isidorianas são de primeira imprtância.
Citando fatos relativos à questão - quando e por quem foi forjada a Doação de Constantino, o Sr. Gosselin, diretor do Seminário de São Sulpício (Paris), diz:
“Posto que este documento seja inquestionavelmente espúrio, seria difícil determinar com precisão a data em que foi produzido. M. de Marca, Muratori, a outros ilustrados críticos, são de opinião que foi composto no oitavo século, antes dó reinado de Carlos Magno. Muratori julga ainda provável que possa ter induzido aquele monarca e Pepino a serem tão generosos para com a Santa Sé.” - Gosselin, Pouvoir des Papes au Moyen Âge (Paris, 1845), pág. 717.
Sobre a data das Decretais Pseudo-isidorianas, ver Mosheim em Historiae Ecclesiasticas, liv. 3, século 9, parte 2, cap. 2, sec. 8. Conforme o Dr. Murdock, tradutor, indica em nota à margem, o ilustrado historiador católico M. L’Abée Fleury, em sua Histoire Ecclesiastique, diz a respeito destas decretais que “elas se arrastaram para a luz perto do final do século VIII”. Fleury, escrevendo perto do fim do século XVII, diz mais que essas falsas decretais foram consideradas autênticas durante o espaço de oitocentos anos; e foi com muita dificuldade que foram abandonadas no último século. É verdade que presentemente é difícil haver alguém, ainda que medianamente instruído nestes assuntos, que não reconheça que essas decretais sâo falsas.” - Fleury, Histoire Ecclesiastique, vol. 9, pág. 446 (Paris, 1742). Ver também Gibbon: Histoire de la Décadence et de la Chute de L’Empire Romain, cap. 49, pág. 16 (Paris, 1828, vol. 9, págs. 319-323).
Os poucos fiéis que construíram sobre o verdadeiro fundamento (1Coríntios 3:10 e 11), ficaram perplexos e entravados quando o entulho das falsas doutrinas obstruiu a obra. Como os edificadores sobre o muro de Jerusalém no tempo de Neemias, alguns se prontificaram a dizer: “Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito e nós não podemos edificar o muro.” (Neemias 4:10.) Cansados da constante luta contra a perseguição, fraude, iniqüidade e todos os outros obstáculos que Satanás pudera engendrar para deter-lhes o progresso, alguns que haviam sido fiéis edificadores, desanimaram; e por amor da paz e segurança de sua propriedade e vida, desviaram-se do verdadeiro fundamento. Outros, sem se intimidarem com a oposição de seus inimigos, intrepidamente declaravam: “Não os temais: lembrai-vos de YAHWEH grande e terrível” (Neemias 4:14); e prosseguiam com a obra, cada qual com a espada cingida ao lado (Efésios 6:17).
O mesmo espírito de ódio e oposição à verdade tem inspirado os inimigos de Deus em todos os tempos, e a mesma vigilância e fidelidade têm sido exigidas de Seus servos. As palavras do Messias aos primeiros discípulos aplicam-se aos Seus seguidores até ao final do tempo: “E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.” (Marcos 13:37.)
As trevas pareciam tornar-se mais densas. Generalizou-se a adoração das imagens. Acendiam-se velas perante imagens e orações se lhes dirigiam. Prevaleciam os costumes mais absurdos e supersticiosos. O espírito dos homens era a tal ponto dirigido pela superstição que a razão mesma parecia haver perdido o domínio. Enquanto os próprios sacerdotes e bispos eram amantes do prazer; sensuais e corruptos, só se poderia esperar que o povo que os tinha como guias se submergisse na ignorância e vício.
Maior ainda se tornou a presunção papal quando, no século XI, o papa Gregório VII proclamou a perfeição da Igreja de Roma. Entre as proposições por ele apresentadas uma havia declarando que a igreja nunca tinha errado, nem jamais erraria, segundo as Escrituras. Mas as provas escriturísticas não acompanhavam a asserção. O altivo pontífice também pretendia o poder de depor imperadores; e declarou que sentença alguma que pronunciasse poderia ser revogada por quem quer que fosse, mas era prerrogativa sua revogar as decisões de todo os outros. (Ver Apêndice.)
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