Amor Como Aquele

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Mas Bryn parecia completamente inabalável. "O que eu deveria fazer?" Ela deu de ombros. "Ele tem um corpo incrível."
Dominada pela emoção, Keira olhou ao redor dela, desesperada, ofegante. Um a um, os convidados sentados removeram suas máscaras. O primeiro a se revelar, Keira percebeu com horror, era outro Shane. O par desse Shane era Julia, a garota com quem Zach a traiu. Ao lado daquela versão de Shane, outro Shane foi revelado, desta vez com Maxine. E de novo, de novo e de novo, Shane com Shelby, Shane com Tessa, a garota da Irlanda que ela achou que Shane havia transado, Shane com sua mãe. Repetidamente. Para onde quer que Keira olhasse, os convidados do sexo masculino se transformavam em Shane
Ela caiu de joelhos e começou a chorar. Mas, de repente, alguém segurou seu cotovelo. Ela olhou para cima, o sol encobrindo sua visão, e viu os mais belos olhos castanhos alinhados com cílios longos.
“Keira, não chore," disse o homem com um leve sotaque cantado italiano.
"Quem é você?" Ela perguntou, permitindo que ele a levantasse.
"Você não me reconhece?" Ele perguntou, sorrindo.
Seu rosto era perfeito, Keira percebeu enquanto o olhava. Ele era tão lindo que ela sentiu seus joelhos enfraquecendo.
De repente, ele a segurou em seus braços. Ele a embalou contra o peito, segurando-a facilmente, como se ela fosse leve como uma pena. O mar estava avançando em seus tornozelos. Eles estavam de pé no oceano.
"Você ainda não me disse seu nome," perguntou Keira novamente.
O homem riu, um som que era pura música aos seus ouvidos.
"Não preciso lhe dizer, você já sabe," ele disse.
Keira ficou confusa. Então, o nome veio à tona, repentinamente e com muita clareza.
"Você é Romeu?" Ela perguntou sem acreditar.
O homem sorriu, seu rosto vivo com a beleza. "Sim. Eu sou Romeu. Seu Romeu."
Ele se inclinou em sua direção, lentamente, seus lábios apenas a milímetros de distância.
Um súbito solavanco fez com que Keira acordasse. Ela olhou ao redor, desorientada, assustada por estar em um avião. Eles estavam descendo através das nuvens e o sinal de cinto de segurança estava ligado. A aterrisagem deve ter começado. Ela dormiu a viagem inteira.
O sonho a deixou ofegante. Ela tocou seu peito, sentindo o coração tremular sob sua camisa. Sua cabeça ainda estava girando sob o efeito do licor que ainda não havia passado com a dormida.
“Acho que você estava tendo um pesadelo," disse Garret.
Keira esfregou suas têmporas, lembrando-se do sonho estranho que teve. "Sim, acho que você está certo. A princípio. Estava sendo assombrada pelo meu ex-namorado que estava casando com minha irmã. E todas as minhas melhores amigas. E com minha mãe."
O homem parecia confuso. Keira perguntou-se o que ele realmente pensou dela. Pela expressão dele, ela teve a impressão que ele a achou uma doida. Uma lunática.
O avião aterrissou com um estremecimento, e começou a andar pela pista. Quando finalmente estacionou, o homem ao lado de Keira levantou no mesmo segundo em que a luz do cinto de segurança desligou.
"Evitando as filas," ele disse, encabulado.
"Claro," respondeu Keira com um sorriso peculiar.
As portas da cabine foram abertas e Garrett saiu por elas. Keira riu para si mesma. Ela divertiu-se com sua falsa identidade. Talvez Bryn não fosse tão tola como sempre pensou!
Ela juntou suas coisas, tirou o cinto de segurança e, então, pegou a bolsa do compartimento de bagagem. Andando ao longo do corredor, Keira pensou em como a brincadeira que havia feito com Garrett precisaria ser colocada em ação. Durante as próximas três semanas, ela teria que fingir ser alguém que não era, alguém que ainda acreditava no amor. De alguma forma, ela tinha a sensação de que isso seria muito mais difícil do que ser a sommelier.
Ela saiu do avião e deixou o sol quente acariciar sua pele. Era muito mais agradável do que o tempo frio que tinha deixado para trás em Nova York. Havia algo sobre o sol que sempre a fazia sentir-se otimista. O sol fazia tudo parecer mais bonito e, embora não pudesse ver muito da Itália além do aeroporto, as colinas ao redor pareciam deslumbrantes na luz brilhante.
Ela seguiu em direção ao saguão, sabendo que logo iria encontrar seu guia turístico. Pela primeira vez desde que saiu de Nova York, ela se deixou imaginar que seu Romeo a estava esperando…
CAPÍTULO SEIS
Após pegar a mala e ir para área de desembarque, a mente sonhadora de Keira ficou a mil. Ela havia ligado o Romeu de seu sonho com o guia turístico que estava prestes a conhecer, transformando-o em uma pessoa de carne e osso que iria levá-la às nuvens com esta personalidade fogosa e apaixonante. Ela mal podia esperar para conhecê-lo!
Ela ficou de pé com a mala, olhando ao redor no movimentado aeroporto de Nápoles. Havia várias pessoas segurando placas e quando Keira viu a dela, seu coração disparou. O homem segurando a placa era um gato.
Keira sentiu uma carga de eletricidade atravessar seu corpo enquanto se apressava.
"Oi, sou Keira," ela disse, apontando para a placa com o nome dela.
O homem olhou para ela, confuso e, então, olhou para a placa. "Isso?" Ele começou a rir. "Eu estava apenas segurando para um cara enquanto ele foi ao banheiro."
Naquele momento, Keira viu um homem saindo do banheiro e indo em sua direção. Ele era baixo, gorducho, desleixado, mal vestido com uma camisa cinza manchada e calças jeans largas, e o pouco cabelo que restava em sua cabeça parecia um ninho de passarinho bagunçado. Ela queria que ele passasse reto, mas percebeu, seu coração desmoronando, que ele estava indo direto na direção deles.
O bonitão com a placa o viu. Quando ele se aproximou deles, o bonitão lhe entregou a placa e correu na direção de uma garota linda que havia aparecido na área de desembarque. Eles começaram a se agarrar. Keira fez uma careta.
"Amor jovem, né?" Disse o guia, coçando a tira de pele exposta que sua camisa não estava cobrindo. "Você Karla?"
“Keira.”
Ele verificou a placa e encolheu os ombros. "Os nomes americanos soam todos iguais para mim."
Enquanto ele falava, um cheiro de cebola e café veio de seu bafo, fazendo o estômago de Keira revirar.
"Vamos," ele berrou para Keira. "O carro está nessa direção."
Ele virou as costas e saiu andando rapidamente, desaparecendo na multidão de pessoas e deixando Keira atrapalhada no meio do aeroporto. Ela agarrou sua mala e procurou desesperadamente pelo sinal de saída.
Ela avistou o sinal e a parte de trás da cabeça do guia enquanto ele passava rapidamente pelo sinal. Ele nem sequer se virou para verificar se ela ainda estava com ele!
Com uma careta, Keira seguiu na direção do homem desleixado, arrastando sua mala pesada.
À medida que era atropelada pela multidão, sua empolgação com a possibilidade de um romance italiano curando seu coração partido foi totalmente destruída. Em vez de ser acompanhada por um homem bonito, ela teria que suportar o bafo de cebola e um guia de turismo grosseiro.
Tanto para Romeu, pensou com um peso no coração.
CAPÍTULO SETE
"Você sabia que está atrasada?" O guia turístico, Antonio, disse enquanto a conduzia pelo estacionamento. As rugas em sua testa eram tão profundas que parecia que ele estava fazendo careta para ela.
"Demorou um pouco para minha mala aparecer," respondeu Keira, ainda irritada com o fato de que suas esperanças de encontrar Romeu haviam sido destruídas.
Antonio fazia Keira se sentir muito desconfortável em sua companhia, e não apenas por causa da barriga redonda e peluda que se projetava acima de seu cinto. Sua atitude era rude, como uma professora que ela nunca iria conseguir agradar.
O clima estava muito quente, quase sufocante, mas isso não parecia desacelerá-lo. Eles apressaram-se, Antonio mantendo alguns passos à frente de Keira, que lutava para administrar suas malas. Ela já estava ficando melada com o suor.
"Minhas costas são ruins," disse ele, como uma forma de explicação por não ajudá-la.
Enquanto caminhavam, Antonio falava, suas palavras saindo em um fluxo enorme e rápido, sua voz como a de um cão ladrando. Keira pensou em seu Romeu dos sonhos. Antonio não estava nem perto daquilo!
"Vinte e um dias, hein?" Ele disse, caminhando a passos largos, de modo que Keira precisava saltitar para conseguir acompanhar.
Ela já estava com medo desses dias.
Ele a conduziu até um carro. Keira esperava algo legal, mas, em vez disso, deparou-se com um veículo pequeno, antigo e enferrujado.
"É isto aqui?" Ela perguntou.
"Não há espaço para a mala nos bancos traseiros. Coloque-a no porta-malas,” ordenou Antonio.
Keira abriu o porta-malas e descobriu que o carro estava cheio de sacolas de compras. Enquanto forçava sua mala entre as compras de Antonio, um fedor de queijo emanou em sua direção. Uma das sacolas abriu e alguns pecorinos caíram. Keira colocou-os de volta, percebendo com uma mistura de surpresa, curiosidade e nojo que todas as sacolas estavam cheias de queijo pecorino. Isso era tudo o que o homem comia? Ela perguntou-se. Então ela percebeu que, além disso, o cheiro provavelmente iria contaminar sua mala e penetrar em todas as suas roupas. Ela iria ficar com cheiro de queijo nas próximas três semanas!
Ela fez uma careta e fechou o porta-malas. Ao fazê-lo, Antonio ligou o carro, fazendo com que uma nuvem de fumaça explodisse sobre suas pernas.
Furiosa, Keira entrou no banco dianteiro ao lado dele, descobrindo com horror que estavam tão próximos que seus joelhos se tocavam. Ela olhou para as mãos úmidas e peludas de Antonio segurando o volante. O cheiro no interior do carro era uma combinação de queijo, suor e ar úmido.
Antes mesmo de ela ter a chance de colocar seu cinto de segurança, Antonio acelerou. O carro avançou e ela segurou nas laterais de seu assento enquanto ele dirigia, tão forte que suas articulações ficaram brancas. Antonio dirigia como um maníaco.
"Então, fale-me, Nova York," disse Antonio. "Lugar ruim, hein? Muitos crimes?"
Keira olhou para ele, chocada. "Não. Quero dizer, não muito. Tem seus problemas, como todas as cidades, mas é maravilhosa."
"Mas é frio, não é?" Pressionou Antonio. Para Keira, ele realmente parecia estar querendo encontrar defeitos em sua cidade natal. "Agora está frio. Mas ainda desfrutamos de um sol magnífico." Ele riu sibilantemente, mostrando dentes tortos amarelos.
"Você já esteve lá?" Perguntou Keira, um pouco ofendida por seus comentários.
"Não, não, não," respondeu Antonio, balançando a cabeça como se a sugestão fosse absurda. "Nunca irei para uma cidade ateia como aquela. Aqui, somos bons católicos."
Se Antonio pretendia irritar Keira, ele certamente havia alcançado seu objetivo.
Mas se o próprio Antonio era um choque para o sistema, Nápoles também não era o que Keira esperava. As ruas eram muito estreitas, com prédios de cinco andares com terraços que se erguiam de cada lado, varandas feitas de metal enferrujado, varais esticados entre elas cobertos de roupas coloridas que esvoaçavam ao vento. Quase não havia calçada, o que significava que as pessoas andavam pela rua, muitas vezes sem olhar, correndo por trás dos carros estacionados. Mesmo as placas de trânsito e as lâmpadas de rua, observou Keira, estavam presas às paredes das casas, visto que não havia espaço suficiente para um poste.
Entretanto, nenhum desses obstáculos fez com que Antonio dirigisse mais devagar. Ele apenas xingava em voz alta e em italiano toda vez que alguém cruzava seu caminho, desviando, às vezes buzinando.
"Che cavolo!" Ele exclamou em voz alta, apontando para uma senhora que havia acabado de entrar na frente dele.
Apesar de não saber exatamente o que Antonio estava dizendo, Keira podia deduzir que era algum tipo de palavrão e sentiu suas bochechas queimarem de constrangimento e vergonha pela Senhora vítima da fúria dele. Mas a mulher apenas gesticulou rudemente para Antonio. Claramente, ela estava acostumada com tais ocorrências.
Vespas passavam zunindo por eles. Keira percebeu que as paredes estavam todas pichadas. Havia tanta pichação, que as pessoas começaram a desenhar sobre as pichações que já estavam lá!
Keira perdeu a conta da quantidade de pizzarias que eles passaram. Seu estômago roncou. Fazia horas desde que havia tido a comida sem gosto de avião.
Eles viraram em uma esquina e passaram por uma barraca instalada à beira da rua vendendo peixe. O cheiro a fez engulhar e Keira perdeu completamente o apetite.
"Cuidado!" Gritou Keira, à medida que Antonio acelerou na direção de um gato sujo e sarnento sentado no meio da rua.
Felizmente, o gato saiu da frente à tempo.
"Animais de rua," disse Antonio, como se tentasse explicar o porquê ele nem sequer tentou diminuir a velocidade. "Pragas. Estamos infestados com eles."
As ruas de paralelepípedos faziam o carro pular para cima e para baixo. Foi uma viagem desconfortável, para dizer o mínimo.
"Você poderá ver a montanha em um minuto," disse Antonio. "Vesúvio."
"Oh," respondeu Keira, quase chocada por achar que esta havia sido sua primeira tentativa de puxar assunto.
"Ali," ele disse, de repente, apontando para a esquerda dela.
Se deu para ver a montanha, foi apenas por um segundo, porque Keira não conseguiu ver nada.
"Você viu?" Perguntou Antonio de forma agressiva. "Você viu?"
"Eu devo ter perdido," respondeu Keira. "Nós passamos um pouco rápido".
"Rápido?" Zombou Antonio. "Rápido? Estou dirigindo a passos de tartaruga graças a esse idiota na minha frente!" Ele apontou para o carro vermelho na frente deles, com o qual estava colado, depois tocou ao buzina repetidamente e xingou alto novamente.
Ele virou bruscamente o carro para outra rua. Esta estava cheia de sacos de lixo. As paredes estavam cobertas de pichações e muitos dos carros pareciam abandonados, cobertos com poeira e fezes de pássaros. Aqui, várias varandas de metal acima deles estavam enferrujadas e caindo das paredes. Muitas plantas em vasos nas varandas estavam mortas.
Antonio de repente gargalhou e apontou para um enorme outdoor pendurado na entrada do que parecia ser um estacionamento.
"Uma mulher sexy, não acha?" Ele disse. "Nossas mulheres italianas são deusas."
Keira se retorceu ainda mais. "Sim, elas são muito bonitas," ela disse.
"Você está olhando para o lixo?” Disse Antonio com sua voz rouca.
Keira, culpada, desviou o olhar das montanhas de saco de lixo.
"É um grande problema," acrescentou Antonio. "Grande problema. Aqui é chamado de Triângulo da Morte. Todos os resíduos causam câncer, defeitos congênitos, esse tipo de coisa."
Keira fez uma careta.
"O sistema não faz nada a respeito," acrescentou Antonio.
"O sistema?" Perguntou Keira.
"A máfia, sabe?" Acrescentou Antônio, novamente falando daquela maneira que fazia com que Keira se sentisse uma completa imbecil. "Você os verá por aí. Quando há uma briga, lá estão eles. Eles são os que estão armados."
Com o passar do tempo, Keira sentiu-se cada vez pior. Elliot estava ciente das condições dessa cidade quando planejou a tarefa? Ela sabia que era só de passagem, mas mesmo assim parecia um descuido. Certamente Heather sabia sobre o crime e as condições precárias—ela era tão organizada que Keira não podia imaginar que não estivesse ciente dessas coisas.
"Há muitas brigas por aqui?" Perguntou Keira com receio.
"Claro, claro," disse Antonio. "Muitos bares e jovens desempregados. É uma cidade pobre. Brigas sempre."
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