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"OK," disse Cal surpreso. "Bem, essa é a negociação mais indolor da minha vida. Já que você está tornando as coisas tão fáceis para mim, tenho que perguntar: você tem certeza de que não há alguma coisa que você queira?"
"Talvez algumas pequenas coisas," disse Anderson. "Mas eu não acho que você não vai ter problemas com qualquer uma delas. Eu gostaria de me certificar que a Detetive Locke seja levada diretamente para a enfermaria. Acidentalmente, eu a cutuquei com a ponta da escova de dente e não tenho certeza de quão higiênica ela está. Ela deve limpá-la imediatamente. E eu realmente agradeceria se você pedisse ao Agente Kiley, o cavalheiro que me trouxe aqui, que me algemasse e me levasse para onde quer que eu esteja indo. Tenho a sensação de que alguns desses outros caras seja mais brusco que o necessário. E talvez, uma vez que eu largue o objeto pontiagudo, você pudesse pedir para o atirador abaixar a arma. Ele está me deixando um pouco nervoso. Pedidos razoáveis?”
"Todos razoáveis, Sr. Anderson," concordou Cal. "Eu vou fazer o meu melhor para acomodá-los. Por que você não dá o pontapé inicial largando a escova de dente e deixando a detetive ir?"
Anderson se inclinou para perto de forma que apenas Keri pudesse ouvi-lo.
"Boa sorte", ele sussurrou de maneira quase inaudível antes de deixar cair a escova de dente e levantar os braços para que ela pudesse deslizar sob as algemas. Ela deslizou para longe dele e lentamente ficou de pé com o auxílio da mesa tombada. Cal estendeu a mão para oferecer assistência, mas ela não aceitou.
Uma vez de pé e firme, ela se virou para olhar Thomas "O Fantasma" Anderson pelo o que ela estava certa de ser a última vez.
"Obrigada por não me matar," ela sussurrou, tentando soar sarcástica.
"Pode apostar," ele disse sorrindo docemente.
Enquanto ela caminhava em direção a porta da sala de interrogatória, ela se abriu e cinco homens com o aparato completo da SWAT irromperam para dentro, passando por ela. Ela não olhou para trás para ver o que eles fizeram quando ela saiu pela porta e entrou no corredor.
Parecia que Cal Brubaker fora fiel a pelo menos parte de sua palavra. O atirador, encostado na parede distante, com sua arma ao seu lado, havia recuado. Mas o Oficial Kiley não estava à vista.
Ao andar pelo corredor, acompanhada por uma policial que disse que estava levando-a para a enfermaria, Keri estava certa de que ela pode ouvir o som de cabos das armas chocando-se contra ossos humanos. E embora ela não tenha escutado gritos subsequentes, ela ouviu grunhidos, seguidos por profundos e incessantes gemidos.
CAPÍTULO OITO
Keri se apressou de volta ao carro, esperando deixar a estrutura de estacionamento antes que alguém notasse que ela havia partido. Seu coração batia no ritmo dos sapatos, batendo forte e rápido no concreto.
Sua viagem à enfermaria foi um presente de Anderson. Ele sabia que depois de uma situação com reféns, ela certamente enfrentaria horas de interrogatório, horas que ela não tinha para gastar. Exigindo que ela fosse permitida a ir para a enfermaria, ele garantiu a ela uma janela na qual teria pouca supervisão e possivelmente poderia sair antes de ser encurralada por um bando de detetives da Divisão Central.
Foi exatamente o que ela fez. Depois que uma enfermeira havia limpado a pequena ferida no pescoço dela e coberto com ataduras, Keri fingiu um breve ataque de pânico após uma situação como refém e pediu para ir ao banheiro. Como ela não era um detento, foi fácil escapar depois disso.
Ela desceu pelo elevador com a equipe de limpeza de saia às 9 da noite. O Oficial de Segurança Beamon devia estar em intervalo, porque havia um novo cara responsável pelo lobby e ela não ligou para ela.
Uma vez fora do prédio, ela começou a atravessar a rua em direção ao estacionamento, ainda esperando que algum detetive viesse correndo atrás dela exigindo saber por que ela estava interrogando um prisioneiro quando estava em suspensão. Mas ela não ouviu coisa alguma.
De fato, ela ficou completamente só com seus passos e batidas do coração quando os zeladores fora de serviço desceram a rua até a parada de ônibus e a estação de metrô. Aparentemente, nenhum deles dirigia para o trabalho.
Foi só quando chegou ao segundo andar da escadaria que ouviu o som de outros sapatos abaixo. Eram altos e pesados e pareciam sair do nada. Ela os teria notado mais cedo se estivessem andando antes. Eles não podiam ter vindo do outro lado da rua. Era quase como se alguém estivesse esperando por sua chegada para começar a se mover.
Ela foi em direção ao seu carro, perto da metade da fileira da esquerda. Os passos seguiram e ficou claro agora que não era um conjunto de sapatos, mas dois, ambos claramente pertencentes a homens. Suas marchas eram pesadas e pesadas como lenho e ela podia ouvir um deles chiando ligeiramente.
Era possível que esses homens fossem detetives, mas ela duvidava disso. Eles provavelmente já teriam se identificado se quisessem questioná-la. E se fossem policiais com má intenção, não se aproximariam dela na estrutura de estacionamento da Twin Towers. Havia câmeras por toda parte. Se eles estavam na folha de pagamento de Cave e quisessem lhe fazer mal, eles teriam esperado até que ela estivesse fora da propriedade da cidade.
Keri escorregou sua mão involuntariamente até o coldre, antes de se lembrar de que havia deixado sua arma pessoal no porta-malas. Ela queria evitar perguntas da segurança e decidiu que levar sua peça pessoal para a cadeia da cidade talvez não atingisse esse objetivo. Pela mesma razão, sua pistola de tornozelo estava no mesmo lugar. Ela estava desarmada.
Sentindo o pulso acelerar, Keri se obrigou a manter a calma, para não acelerar o seu ritmo para alertar esses caras que ela estava ciente deles. Eles deviam saber. Mas manter a ilusão, poderia lhe dar tempo. O mesmo que olhar por cima do ombro ─ ela se recusou a fazê-lo. Isso era certo para colocá-los correndo atrás dela.
Em vez disso, ela casualmente olhou nas janelas de alguns dos SUVs mais brilhantes, na esperança de ter uma noção de com quem estava lidando. Depois de alguns carros, ela foi capaz de mensurá-los. Dois homens, ambos de terno: um grande, o outro enorme com uma barriga que pendia sobre seu cinto. Era difícil cogitar a idade, mas o maior também parecia mais velho. Ele era o mais calmo. Nenhum dos dois estava segurando armas, mas o mais gordo tinha o que parecia ser um Taser e o mais jovem estava com algum tipo de cassetete em mãos. Aparentemente, alguém queria que ela fosse capturada viva.
Tentando parecer indiferente, ela tirou as chaves da bolsa, ajustando as extremidades pontiagudas entre os nós dos dedos viradas para fora quando apertou o botão para destravar o carro, agora apenas a seis metros de distância. Os dois homens ainda estavam a cerca de três metros dela, mas não havia como chegar até o carro, abrir a porta, entrar, fechar a porta e trancá-la antes que eles a pegassem, mesmo com o tamanho deles. Ela se xingou silenciosamente por estacionar de frente.
O apito que seu carro fez pareceu assustar o gordo e ele tropeçou um pouco. Depois disso, Keri sabia que fingir que não havia notados os caras a essa altura pareceria mais suspeito do que se virar, então ela parou abruptamente e girou rapidamente, pegando-os de surpresa.
"Como estão, rapazes?" ela perguntou docemente, como se descobrir dois caras pesados logo atrás dela fosse a coisa mais natural do mundo. Ambos deram mais alguns passos antes de parar estranhamente a um metro e meio dela.
O mais novo parecia estar perdido. O mais velho começou a abrir a boca para falar. Os sentidos de Keri estavam formigando. Por alguma razão, ela notou que ele tinha deixado escapar um pedaço de cabelo no lado esquerdo do pescoço da última vez que ele fizera a barba. Quase sem pensar, ela apertou o botão de alarme no controle remoto do carro. Os dois homens olhavam involuntariamente naquela direção. Foi quando ela se moveu.
Ela se lançou para frente rapidamente, balançando o punho direito, aquele com as chaves expostas, no lado esquerdo do rosto dele. Tudo começou a se mover em câmera lenta. Ele a viu muito tarde e quando ele começou a levantar o braço esquerdo para tentar bloquear o soco, ela fez contato.
Keri sabia que foi um golpe direto, porque pelo menos uma das chaves se aprofundou muito antes de encontrar resistência. O grito começou quase imediatamente quando sangue jorrou do seu olho. Ela não parou para admirar sua obra. Ao invés, ela usou seu momento para mergulhar para frente, batendo o ombro direito em seu joelho esquerdo, mesmo quando ele já estava caindo ao chão.
Ela ouviu um estalo chocante e sabia que os ligamentos do seu joelho haviam sido rasgados violentamente quando ele caiu no chão. Ela eliminou o som da cabeça enquanto tentava rolar suavemente para ficar de pé.
Infelizmente, atirar-se contra uma pessoa tão massiva sacudiu seu corpo da cabeça aos pés, reagravando a dor dos ferimentos que sofrera apenas alguns dias antes. Seu peito parecia ter sido golpeado com uma frigideira. Ela estava bem certa de que havia batido seu joelho machucado no chão de concreto da estrutura de estacionamento ao mergulhar e a colisão deixou seu ombro direito latejando.
Mais imediatamente preocupante do que isso era que o esmagamento do cara havia diminuído o movimento dela o suficiente para o mais jovem e mais apto recuperar seus sentidos. Quando Keri saiu do rolamento e tentou recobrar o equilíbrio, ela já estava se movendo em direção a ela, seus olhos brilhando em um misto intenso de fúria e medo, o cassetete em sua mão direita começava a descer.
Ela percebeu que não seria capaz de evitá-lo completamente e virou o corpo de modo que o golpe acertasse seu lado esquerdo ao invés do direito. Ela sentiu o esmagamento brutal contra suas costelas no torso esquerdo, logo abaixo do ombro, seguido de uma dor pungente que irradiava do ponto de impacto.
O ar deixou o corpo dela como ela caiu de joelhos na frente dele. Seus olhos se encheram de água imediatamente ao ser acertada, mas ela ainda conseguiu ter uma visão sinistra logo em frente a ela. Os pés do mais novo começaram a subir nos dedões, seus calcanhares saindo do chão.
Demorou menos do que uma fração de segundo para Keri processar o que isso significava. Ele estava subindo. levantando o cassetete sobre a cabeça para que fosse capaz de exercer toda sua força nela para um golpe de knockout. Ela viu seu pé esquerdo começar a avançar e soube que isso significava que ele estava começando um movimento descendente.
Ignorando tudo─sua inabilidade em respirar, a dor ricocheteando do seu peito esquerdo até o ombro e das costelas até o joelho e sua visão embaçada─ela mergulhou para frente diretamente nele. Ela sabia que não tinha muita força empurrando de joelhos, mas esperava que fosse o suficiente para evitar um impacto direto no topo do crânio. Ao fazê-lo, ela impulsionou sua mão direita, a que ainda portava as chaves, na direção da virilha do cara, esperando fazer algum contato.
Tudo aconteceu de uma vez. Ela sentiu o bastão acertar a parte superior das suas costas ao mesmo tempo em que escutou o grunhido. A pancada a atordoou, mas apenas por um segundo, quando então ela percebeu que o homem havia perdido a pegada no cassetete quase imediatamente após o contato. Ela escutou o porrete bater no concreto e rolar para longe quando ela foi ao chão.
Olhando para cima, ela viu o homem se dobrando, ambas as mãos segurando a região da virilha. Ele estava xingando em voz alta e sem parar. Pelo menos por enquanto, ele parecia não se importar com ela. Keri olhou para o homem gordo, que estava a alguns metros de distância, ainda rolando no chão, gritando em agonia, ambas as mãos cobrindo seu olho esquerdo, aparentemente sem notar seu joelho, que estava dobrado em uma direção não humana.
Keri deu um gole de ar, que parecia o primeiro em muito tempo e se forçou para a ação.
Levante-se e mova-se. Essa é sua chance: Talvez seja sua única.
Ignorando a dor que sentia em todos os lugares, ela se empurrou para cima do duro chão e meio correu, meio mancou até o carro. O mais jovem olhou de relance e fez uma tentativa simbólica de estender a mão e alcançá-la. Mas ela se afastou dele e tropeçou em direção ao carro, entrou, trancou, ligou, e saiu sem sequer olhar pelo espelho retrovisor. Parte dela esperava que o cara mais novo esperava que o cara estivesse lá trás e que ela ouvisse um baque ao bater nele.
Ela apertou o acelerador e rasgou pela esquina do segundo andar rapidamente até o primeiro. Ao aproximar-se da cancela de saída, ficou surpresa ao ver o mais jovem tropeçando abaixo pelas escadas e indo vacilando em direção ao carro.
Ela podia ver o horror na face do atendente da cancela, que olhava entre o homem encurvado cambaleando em sua direção e o carro cantando pneus acelerando para o mesmo ponto. Ela quase se sentiu mal por ele. Mas não foi o suficiente para evitar que ela acelerasse pela saída, arrebentando o portão de madeira e enviando pedaços dele voando pela noite.
*
Ela passou a noite na casa de Ray. Uma que não parecia seguro para voltar para a própria casa. Ela não sabia quem viria atrás dela. Mas se eles estavam desejando atacá-la em um estacionamento repleto de câmeras do outro lado de uma prisão, seu apartamento não parecia ser tão difícil. Além disso, a jeito que ela se sentia, Keri não estava em qualquer condição de defender-se de agressores adicionais essa noite.
Ray havia enchido a banheira para ela. Ela ligou para ele no caminho até lá para que ele soubesse o básico da situação e misericordiosamente ele não estava salpicando-a com perguntas enquanto ela tentava se recompor. Ao se deitar na água, deixando seu calor atenuar seus ossos doloridos, ele se sentou em uma cadeira ao lado da banheira, intermitentemente adulando-a com colheradas de canja.
Eventualmente, após secar-se e colocar um dos pijamas de Ray, ela se sentia bem o suficiente para fazer uma autópsia. Eles sentaram em seu sofá na sala de estar, iluminado por uma meia dúzia de velas. Nenhum deles comentou sobre o fato de que as armas de ambos descansavam na mesa de centro em frente a eles.
"Parece tão descarado," disse Ray, referindo-se a ousadia do ataque de estrutura de estacionamento, "e meio desesperado."
"Concordo," disse Keri. “Assumindo que eles eram os lacaios do Cave, isso me faz pensar que ele estava realmente preocupado que Anderson derramasse os feijões na sala de interrogatório”. Mas o que eu não consigo entender é, se ele estava querendo ir assim tão longe, por que ele não mandou esses caras atirarem pelas costas e acabarem logo com isso? Qual é o negócio com o Taser e o cassetete?
"Talvez ele quisesse descobrir o que você sabe, ver quem mais sabe, antes de livrar-se de você. Ou talvez nem seja Cave. Você disse que Anderson lhe contou que há um infiltrado na unidade, certo? Talvez mais alguém não queria que essa informação escapasse."
"Eu acho que isso é possível," admitiu Keri, "embora ele tenha sido tão silencioso quando ele contou essa parte em particular que eu quase não pude ouvi-lo. É difícil imaginar que mesmo em uma sala com escutas, alguém pegasse essa parte. Para ser honesta, eu ainda estou tendo dificuldade em processar mesmo essa porção de informação."
"Sim, eu também," concordou Ray. "Então, para onde vamos daqui, Keri? Eu fiquei naquela sala de conferências com Mags por mais algumas horas, mas nós não descobrimos qualquer novidade de verdade. Não tenho certeza de como proceder.”
"Acho que vou seguir o conselho de Anderson," ela respondeu.
"O que, você diz ir ver Cave?" ele perguntou incrédulo. "Amanhã é sábado. Você simplesmente vai aparecer na porta da frente da casa dele?"
"Não sei qual outra opção eu tenho."
"O que te faz pensar que vai ajudar em algo?" ele perguntou.
"Pode ser que não. Mas Anderson está certo. A não ser que alguma coisa surja em breve, estou sem opções, Ray. Evie vai ser assassinada diante das câmeras em vinte e cinco horas! Se conversar com Jackson Cave─apelar com ele pela vida da minha filha─tiver mesmo uma única chance de funcionar, então eu vou tentar."
Ray assentiu, cruzando a mão dela com a dele e envolvendo seus grandes braços ao redor dos seus ombros. Ele foi gentil, mas ela contraiu de dor mesmo assim.
"Desculpe," ele sussurrou baixinho. "É claro─faremos o que for necessário. Mas eu vou com você."
"Ray, eu não tenho grandes esperanças que isso vá funcionar. Mas ele definitivamente não vai dizer qualquer coisa se você estiver ao meu lado. Eu tenho que fazer isso sozinha."
"Mas ele pode ter tentado te matar essa noite."
"Provavelmente apenas aleijar," ela disse com um sorriso fraco, tentando abaixar a temperatura. "Além disso, ele não vai fazer isso se eu aparecer na casa dele. Ele não vai estar me esperando. E seria arriscado demais. Que tipo de álibi ele teria se alguma coisa acontecesse comigo enquanto eu estivesse na casa dele? Ele pode estar delirando, mas não é estúpido."
"Certo," cedeu Ray. "Eu não vou com você até a casa dele. Mas pode apostar que eu estarei próximo."
"Um namorado tão bom," disse Keri, aconchegando-se para perto dele apesar do desconforto que o movimento causou. "Vou apostar que você vai arranjar uma viatura lá fora patrulhando a vizinhança para ter certeza de que sua pequena donzela dorme segura pela noite."
"Que tal duas?" ele disse. "Eu não vou deixar que nada aconteça com você."
"Meu cavaleiro de armadura brilhante," disse Keri, bocejando apesar dos esforços. "Eu ainda posso lembrar-me dos dias quando eu era uma professora de criminologia na LMU e você veio falar para os meus alunos."
"Tempos singelos," disse Ray baixinho.
"E eu também me recordo dos dias obscuros depois que Evie foi raptada, quando eu comecei a beber whisky ao invés de água, quando Stephen se divorciou de mim por dormir com tudo que se movia e a universidade me demitiu por corromper um dos meus estudantes."
"Nós não temos que catar todos os buracos na estrada da memória, Keri."
"Só estou dizendo, quem foi que me tirou de uma cova de auto aversão, tirou a poeira e me fez aplicar para a academia de polícia?"
"Esse seria eu," Ray murmurou suavemente.
"Correto," Keri murmurou concordando. "Vê? Cavaleiro na armadura brilhante."
Ela repousou a cabeça em seu peito, permitindo-se relaxar, reconfortar-se no ritmo da sua respiração enquanto ele inspirava e expirava vagarosamente. Quando suas pálpebras ficaram pesadas e ela flutuou para o sono, um último pensamento coerente passou por sua cabeça: Ray na verdade não mandou dois carros de polícia para a vizinhança. Ela verificou pela janela enquanto se trocava mais cedo e contou pelo menos quatro unidades. E isso foi tudo o que ela pode ver.
Ela esperava que fosse suficiente.
CAPÍTULO NOVE
Keri segurava o volante com força, tentando não deixar as curvas fechadas da estrada montanhosa deixá-la mais nervosa do que ela já estava. Eram 7:45 da manhã, um pouco mais de dezesseis horas até que sua filha fosse sacrificada de forma ritualística na frente de dúzias de pedófilos ricos.
Ela dirigia pelas sinuosas colinas de Malibu em uma manhã fria mas limpa e ensolarada manhã de sábado em janeiro para a casa de Jackson Cave. Ela esperava convencê-lo a retornar sua filha para ela em segurança. Se ela não pudesse, esse seria o último dia na vida de Evie Locke.
Keri e Ray haviam acordado cedo, logo depois das 6 da manhã. Ela não estava com fome, mas Ray insistiu que ela forçasse alguns ovos mexidos goela abaixo e torradas para acompanhar suas duas xícaras de café. Eles estavam fora do apartamento pelas sete.
Ray conversou brevemente com um dos agentes de patrulha lá fora, que disse que nenhuma das suas unidades havia reportado qualquer atividade suspeita durante a noite. Ele os agradeceu e os enviou de volta. Então, ele e Keri entraram nos seus respectivos carros e dirigiram separadamente para Malibu.
Naquela hora da manhã de sábado, as ruas normalmente entupidas de Los Angeles estavam virtualmente vazias. Dentro de vinte minutos, eles estavam na Pacific Coast Highway, pegando os últimos resquícios do nascer do sol sobre as Montanhas de Santa Mônica.
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